Saiba por que o governo não planeja implementar o horário de verão

Por Redação
Postado em , atualizado em: 02/10/2023, 14:46

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O Horário de Verão sempre gerou discussões entre os brasileiros, com opiniões divididas . Enquanto alguns aproveitam o fim de tarde prolongado para atividades externas, outros reclamam das manhãs escuras que resultam do adiantamento dos relógios em 1 hora. No entanto, independentemente das preferências pessoais, a adoção do horário de verão foi baseada em razões técnicas pelas quais o governo optou por implementar a medida todos os anos de 1985 a 2018. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro extinguiu a medida e, neste ano, mesmo com a mudança de governo, não há planos para o retorno do horário de verão.

O Horário de Verão no Brasil: Polêmicas e Motivações

Ministério de Minas e Energia afirma que não há necessidade de adiantar os relógios este ano, devido às boas condições de suprimento energético do país e ao planejamento seguro implantado desde o início do governo.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios devem se manter acima de 70% em setembro na maioria das regiões, o que representa estabilidade no sistema. Para se ter uma ideia, em setembro de 2018, por exemplo, no último ano de implementação do horário de verão, a EAR dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, um dos mais importantes do país, estava em 24,5%. Este ano, esse percentual está em 73,1%.

Outro fator que serve como argumento para não retomar o horário de verão no Brasil é o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, com maior uso de usinas eólicas e solares. “O setor de energia que era quem dava a ordem, não está vendo a necessidade de dar essa ordem, não está vendo grandes ganhos com a medida”, diz o professor de Planejamento Energético Marcos Freitas, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

Mudança de hábito

Além disso, a iluminação, que antes representava uma parte significativa do consumo, especialmente no horário de pico, hoje não é mais tão importante do ponto de vista elétrico. Até o início da década de 2000, era comum o uso de lâmpadas incandescentes nas residências, empresas e na iluminação pública. Após a crise energética de 2001, foram adotadas políticas de eficiência energética, com o aumento do uso de lâmpadas mais econômicas, como as fluorescentes, e eletrodomésticos mais eficientes.

“Hoje o fator iluminação já não é mais um fator importante para o setor elétrico, como era no passado, quando cerca de um terço do consumo de energia de uma casa vinha da iluminação. Hoje, o grande vilão nas residências se chama climatização”, destaca o professor Freitas.

Para ele, a adoção do Horário de Verão este ano seria mais por uma questão de hábito da população do que pela necessidade do setor elétrico. “Eu, particularmente, gosto muito do Horário de Verão, gosto de chegar em casa com a luz do dia, acho simpática a ideia. Mas sei que tem limitações, os trabalhadores que acordam muito cedo sofrem muito com esse horário”.

Com informações Agência Brasil

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