Alunos do IFRR criam ‘irrigadora inteligente’ capaz de identificar o momento certo para molhar as plantas

Por Publish Publish
Postado em , atualizado em: 27/11/2023, 9:41

Um grupo de estudantes do Instituto Federal de Roraima (IFRR), por meio do Campus Bonfim, desenvolveu um projeto interessante que une robótica e programação para auxiliar na agricultura. Trata-se de uma “irrigadora inteligente”, que consegue identificar quando o solo está seco e acionar mangueiras para molhar as plantações automaticamente. Isso pode ser muito útil para os agricultores, que muitas vezes não conseguem monitorar o solo constantemente.

O projeto foi exposto na 42ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), É uma iniciativa muito interessante que pode trazer benefícios reais para o setor agrícola, facilitando o trabalho dos agricultores e tornando-o mais eficiente.

Os Alunos

Os alunos, de 15 a 17 anos, fazem parte de um projeto de robótica coordenado pelo professor Rommel Rocha no campus do IFRR do Bonfim, Norte do estado. A ideia é juntar inovação com agricultura e preparar os alunos — que são estudantes do curso técnico em agronoecologia e administração —para o mercado de trabalho.

Estudantes são alunos do Campus Bonfim do Instituto Federal de Roraima (IFRR) — Foto: Samantha Rufino/g1 RR Estudantes são alunos do Campus Bonfim do Instituto Federal de Roraima (IFRR) — Foto: Samantha Rufino/g1 RR

“Essa pesquisa começou com os primeiros projetos voltados para a programação que realizamos. Temos projetos em que oferecemos cursos de programação para alunos do Ensino Fundamental em escolas estaduais. Com o tempo, nossos cursos passaram a ser voltados para as áreas agrárias, o que nos levou a desenvolver pesquisas relacionadas à tecnologia e programação para resolver problemas no campo”, conta o professor.

Ele explica que o irrigador tem um sensor de irrigação que mede a umidade do solo. O sistema decide se deve irrigar com base nessa informação. Além disso, é utilizado um robô da plataforma Lego para construir um sistema que faz a previsão do tempo, incluindo a precipitação e o índice de chuva.

“Em uma linguagem menos técnica, o sensor que desenvolvemos detecta a umidade do solo, acionando a irrigação quando necessário. Utilizamos um sistema programado com base em valores específicos. Tudo começou com nosso projeto de robótica e programação no Ensino Fundamental, evoluindo para linguagens mais complexas à medida que os alunos progrediam”.

Irrigadora é acionada quando o dector sente que o solo está seco — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Uma das alunas que participam do projeto é Olivia Silva, de 16 anos. Para ela, participar e mostrar o projeto na feira agro Expoferr é uma honra. Ela destaca que o projeto não é “um bicho de sete cabeças”.

“Estou gostando bastante desse trabalho, que tem o potencial de promover inovação, especialmente para aqueles envolvidos na agricultura. Este projeto é dedicado à sociedade, onde mostramos de forma simples o que conseguimos realizar. Não é tão complicado quanto parece, e conseguimos transmitir essas informações de maneira acessível”.

Os estudantes que participam do projeto são alunos da professora Karla Tabosa. Ela descreve como revolucionária a iniciativa do Campus em integrar tecnologia nas aulas. Ela diz que, apesar de não serem alunos da área de informática e não cursarem disciplinas técnicas em informática, os estudantes de Agroecologia e Administração conseguem incorporar a tecnologia em suas atividades.

“Observamos com satisfação o impacto da tecnologia em diversas áreas, incluindo Agroecologia, como demonstrado no projeto de irrigação automatizado apresentado. Além disso, desenvolvemos projetos de robótica educacional, atendendo escolas municipais e estaduais do Ensino Fundamental. Estamos proporcionando acesso à tecnologia a alunos que, muitas vezes, não têm laboratórios de informática em suas escolas”, diz a professora.

Projeto faz parte de iniciativa que introduz robótica e programação no IFRR — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRDe acordo com o professor Rommel, todas as atividades expostas ainda são protótipos feito com ajuda de uma impressora 3D, mas o plano futuro é trabalhar em um equipamento chamado ‘”venture”, que oxigena a água usada nos tanques de piscicultura.

“Os alunos são fundamentais nesse projeto de pesquisa, pois serão os futuros profissionais atuando nessa área. Através desse trabalho, eles têm a oportunidade de montar sistemas, entender sua aplicação no campo e participar de aulas práticas que aplicam tecnologias para o desenvolvimento de suas habilidades e preparação para o mercado de trabalho”.

A ideia é expor na feira para mostrar ao setor e à sociedade que o Instituto Federal “trabalha na área de tecnologia e desenvolvimento, focando na melhoria das condições no campo, tanto na arquitetura quanto na psicultura e na produção animal”. Para o professor, é uma honra tocar o projeto com os alunos do Campus.

“É gratificante ver como essa abordagem tecnológica tem impacto no campo e na formação de profissionais para que eles sejam cada dia mais capacitados”, finaliza o professor.

Fonte G1RR

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