ICMBio realiza testes inovadores para combater incêndios florestais em Roraima

Por Redação
Postado em , atualizado em: 06/11/2023, 8:10

ASCOM RR

O Parque Nacional do Viruá, em Roraima, experimentou algo inovador em outubro para prevenir incêndios florestais – o uso do equipamento sling dragon. Este dispositivo consiste em esferas que, quando lançadas no solo, desencadeiam a combustão instantânea da vegetação por meio de uma reação química.

Os equipamentos foram adquiridos pelo Ibama, em dezembro de 2022, e são os primeiros da América Latina. Porém, esta é a primeira vez que o sling dragon é utilizado em uma unidade de conservação federal. A iniciativa é fruto de parceria entre Ibama e ICMBio para prevenir incêndios na Amazônia. 

O objetivo é manejar a área protegida com o uso de fogo, como o ICMBio atualmente faz com os brigadistas em solo. A diferença é que o equipamento é mais seguro, pois o procedimento é feito a partir da aeronave e permite a queima prescrita de áreas bem maiores. Ou seja, um ganho em segurança e escala. “Verificamos que o uso do sling dragon requer algumas condições, como o planejamento cuidadoso da área a ser queimada, o treinamento das equipes para um alinhamento entre o piloto e o chefe da queima e uma checagem bem realizada no equipamento antes da operação”, analisou o coordenador de Manejo Integrado do Fogo (CMIF/CGPRO/Diman), João Paulo Morita. “Constatamos que é um dispositivo que pode ser muito útil para unidades que possuem grande área para manejar e possuem áreas de difícil acesso”, completa.

‘slings dragons’

Como parte do planejamento de queima da unidade, Souza acrescenta que o Parque terá parcelas de queimas destinadas à pesquisa para acompanhar o impacto na vegetação e nas aves. Apesar de ter sido testado pelo Ibama nas savanas amazônicas dentro de terras indígenas, o Parque Nacional do Viruá possui ecossistemas onde ainda não foi utilizado o equipamento. 

“O Parque é bastante suscetível aos efeitos do El Niño”, diz Souza, se referindo ao fenômeno climático que altera a distribuição de calor e umidade, gerando consequências que podem agravar a ocorrência de incêndios. Estas e outras razões fazem com que a unidade seja alvo de incêndios florestais severos, que chegam a atingir mais de 80 mil hectares. 

Queimas prescritas 

As queimas prescritas são uma das ferramentas que compõem a estratégia do Manejo Integrado do Fogo (MIF), que busca prevenir os incêndios florestais utilizando o conhecimento tradicional, a pesquisa e a educação ambiental. Nela, o brigadista utiliza fogo na “janela de queima” com condições climáticas adequadas para fragmentar parte da vegetação e, deste modo, na época de incêndio, naquela área não terá passagem do incêndio. As queimas ocorrem no período natural do fogo, ou seja, entre as estações chuvosa e seca, o que na maior parte do país corresponde à primeira metade do ano. Porém, como Roraima está no Hemisfério Norte do globo, o período se inverte. Enquanto o restante do Brasil ainda está em estiagem, em Roraima, a época mais crítica dos incêndios florestais é nos meses de fevereiro e março. 

 

Fonte Governo Roraima

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