“Se não tiver acordo, paciência”, diz Lula, sobre Mercosul e UE
Por Publish Publish
Postado em , atualizado em: 08/12/2023, 14:21
Presidente brasileiro diz que não vai firmar acordo para ter prejuízo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo (3), que caso não haja o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), não foi por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. Ontem (2), Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação.
Presidente brasileiro segue para Berlim após visita ao Oriente Médio
Depois de sua visita ao Oriente Médio, o presidente brasileiro conversou com a imprensa antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes, rumo a Berlim, na Alemanha, onde tem reuniões agendadas. É importante ressaltar que a Alemanha é um dos países que apoiam o acordo Mercosul-UE.
“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer uma acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que temos coisas pra vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, disse Lula.
O presidente francês é contra o acordo Mercosul-UE, dizendo ser “incoerente” e “mal remendado”. “[O acordo] não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado e que desfaz tarifas”, afirmou Macron, neste sábado.
Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas. Além disso, o presidente brasileiro defende alterações em pontos do acordo de livre comércio sobre licitações de compras governamentais, pois, para ele, é uma política indutora do desenvolvimento da indústria nacional e oportunidade para pequenas e médias empresas.
O acordo Mercosul-UE, negociado por 20 anos e aprovado em 2019, precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. O acordo envolve 31 países e cobre uma ampla gama de temas, incluindo tarifas, serviços, compras públicas, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
“Se não tiver acordo, pelo menos vai ficar patenteado de quem é a culpa. Agora, o que a gente não vai fazer é um acordo para tomar prejuízo”, completou Lula.
Edição: Aline Leal